O urso Barnabé

Lá no cume da montanha, bem no alto, bem no cimo, onde estão todas as pedras muito grandes e voam as águias e os abutres em círculos, é lá onde vive o urso Barnabé.

Debaixo de essas pedras, numa grande gruta o urso Barnabé acorda, boceja, estica bem os braços e as pernas e levanta-se da sua cama.
O urso Barnabé sai da sua gruta e quando vê os primeiros raios do sol diz, Bom dia sol. 
E alegremente começa a sua caminhada.

Pelos trilhos da montanha, pelos caminhos entre os arbustos e as árvores, 
o urso Barnabé caminha com um pé depois do outro, passo a passo e aos poucos vai encontrando os seus amigos. 

Olá javali, Olá lobo, Olá gazela, Olá porquinho, Bom dia lagartixa, Bom dia melro, Olá macaco, Bom dia formiga, Olá gorila, Olá gamo, Bom dia veado, Olá cobra,  Bom dia coelho.

Com um grande sorriso, o urso Barnabé desata a correr, saltando pelas pedras, cheirando as flores e escondendo-se atrás das árvores. 

Mais à frente encontra um dos seus lugares preferidos. Um pequeno riacho que traz água fresca das montanhas. 

O urso Barnabé senta-se à sua beira, contempla a água transparente a correr e faz o que mais gosta de fazer: atirar pedras ao rio. 

Chap! chap! ouve-se uma pedra, chop! chop! e lá vai outra. As pedras mergulham na água e o urso Barnabé ri-se de alegria, hahahaha. E assim passa tempo na brincadeira.

Quando a barriga faz um barulho rorororo, sente um pouco de fome. Já o sol vai alto e sabe que está na hora de regressar. De volta para a sua casa o urso Barnabé diz adeus aos seus amigos. 

Até já mocho, adeus passarinhos, até logo porquinho, até já cobra, até amanhã veado, adeus colibri.

Entra na sua gruta e prepara o seu jantar: um prato de sopa e um prato de comida. 

Colher a colher vai comendo a sua comida. 

Acaba de jantar e fica satisfeito. A sua barriga contente e o urso Barnabé começa a sentir-se quentinho, um pouco cansado e sente que está na hora de pegar num livro.

Com a luz da lua a entrar por uma fenda da sua gruta, lê umas páginas do seu livro. Os olhos ficam pesados e o soninho vai entrando.
Primeiro são os pés a ficarem quentinhos, depois o calor sobe pelas pernas, depois vai em círculos pela barriga. 
O quentinho corre pelo peito e depois são os braços que ficam molinhos. 

Chega um momento que os olhos pedem para fechar-se e o urso Barnabé rende-se, entregando-se ao mundo dos sonhos.

Boa noite urso Barnabé.