Não quero causar nenhum problema

Não quero causar nenhum problema
Foto de Blake Carpenter de Unsplash.

Semana de trabalho acabada, cheguei a casa final de tarde, era sexta-feira. As primeiras tardes de primavera chegavam à cidade, finalmente o calor abraçava Lisboa, por fim sexta-feira. Tomei um banho de água quente, depois a ferver. O corpo amolecido pelo calor, rodei a torneira e a água fria caía como agulhas nos ombros e na cabeça. O frio devolvia-me à realidade e a vitalidade voltava em força. Enquanto me secava, liguei a coluna, subi o volume, The Clash, para dar as boas-vindas ao fim de semana, vão se todos foder era sexta-feira. O trabalho estava feito, a angústia da semana tinha terminado, faltava agora viver. Lisboa esperava-me. Vesti umas calças de ganga pretas, um pouco justas, sentia-me em forma, olhei-me ao espelho, os abdominais antes desaparecidos eram agora visíveis. As idas ao ginásio começavam a dar resultados. Calcei-me, a coluna gritava London Calling, sentia-me preparado para tomar a cidade. Desliguei a música, bati a porta e saí de casa.

Maria ligou-me, Estamos no nosso bar vem cá ter, Ok estou aí em cinco minutos e desliguei. Por aqueles tempos vivia na Graça, desci as ruas até entrar no coração de Alfama. Lisboa antiga, gente moderna, prédios devolutos, mulheres bonitas pelas ruas. Nos passeios brotavam esplanadas e em cada mesa floresciam imperiais, garrafas de vinho e copos de gintónico. Passeavam-se mini-saias, curtos vestidos e ouvia-se o cantar dos saltos altos. A seiva urbana pulsava pelas artérias da cidade, os seus habitantes iam ao encontro dos seus prazeres, bebiam-se as vontades pediam-se desejos. Em cada passo ganhava confiança, o calor chamava o primeiro copo.

Entrei no bar, perto da porta estava uma mesa com um pequeno sofá e aí estava Maria com uma amiga. O bar estava cheio, ouvia-se copos a brindar, garrafas a abrirem-se e um constante burburinho, um prelúdio da noite que haveria de chegar. Não fazes ideia do que vai acontecer, mas sentes que algo bom está para vir e sabes exatamente o que queres.

Olá Maria, ‘tás bem? ‘Tá Tudo bem, esta é a Vera, a minha amiga que te falei que esteve uns meses a viajar pela Argentina. Olá Vera prazer. Elas estavam as duas sentadas num sofá, sentei-me numa cadeira, entre nós havia uma pequena mesa a separar-nos. As conversas voavam sem um momento de respiro: Lisboa, Argentina, a cordilheira, os lagos da Guatemala. Quando veio o empregado pedi uma garrafa de branco fresquinha. Falávamos de viagens, das noites e dos regressos e finalmente veio o sabor do vinho. Estava tranquilo, no meu canto com o meu copo de vinho. A tarde avançava e a lua já espreitava.

Entre histórias de viagens, o vinho e a fera de sexta-feira que já andava solta, sinto os olhos de Vera a percorrerem-me, e eu fingi que não era nada comigo. Concentrei-me na conversa, sentado no meu canto, afinal estávamos entre amigos. Quem seria a Vera? Não fazia ideia. Conheci a Maria há dez anos, amigos de longa data, bem disposta e despachada. Amante da vida noturna, ela era sempre a minha companheira de noite, ela e quase sempre a lua. Terminámos a primeira garrafa e pedi outra. Mais conversa e mais vinho, pela janela entrava a noite, e do outro lado da mesa já não era uma dúvida, Vera observa-me silenciosamente. Desta vez fiquei atento, o seu olhar era uma arma de vontade apontada ao meu peito, subiu-me um arrepio pela espinha, era o acordar do animal adormecido. Deixou de ser apenas uma inocente conversa, há agora uma vontade que esta noite não vai querer acabar solteira. Afinal quem era aquela pessoa? Vera vestia uma saia curta, uma camisola justa, óculos, olhar tímido, mas às vezes lançava-me umas vontades e era quando eu ficava atrapalhado.

Continuamos à conversa, Vera pergunta porquê este bar, Maria responde-lhe que quase todas as sexta-feiras vimos aqui beber um copo, já é um hábito. Depois Vera olhou para mim, cruzamos o olhar, ela ficou atrapalhada e para disfarçar ajeitou os óculos. Tem pernas elegantes, compridas mas não é muito alta, a saia vai pouco a pouco subindo mais uns centímetros. Vestia uma camisola e notava-se o relevo das suas tetas. Como serão? Quando levantei o olhar, ela estava com um sorriso tímido e a gostar de ser observada. A conversa continuou, tocou o telefone de Maria, ela levanta-se e sai para atender a chamada. Ficamos apenas os dois. Aponto o olhar para ela, ela devolve e baixa os olhos para o chão, mantenho-me firme sabendo que algo tem de passar. Ela levanta-se, já com a saia bastante subida, rapidamente puxa-a para baixo, despe a camisola e fica com um top bastante justo, tinha umas lindas tetas, voltou a sentar-se timidamente no seu lugar. Levantei-me de seguida e sentei-me ao seu lado, ela soltou um sorriso nervoso, tentava esconder mas toda ela desprendia desejo. Aproximei-me mais um pouco e ela diz-me - Sei que estás casado, não quero causar nenhum problema, pedindo-me que a comesse. Retrai-me, era um bom ponto, estava de facto casado. Ela sentiu o meu passo atrás, cruzou as pernas e olhou-me de alto a baixo contemplando o poder que tinha em mim, vejo os seus olhos a deliciarem-se ao ver-me em apuros.

Estava a deixar-me doido, meti conversa para acalmar o desejo. Ela descrevia as ruas de Buenos Aires enquanto dançava com o tronco. Ganhava confiança ao ver-me sofrer, sabia que eu a queria mas não podia e esse era o seu maior trunfo. Estava submisso, entregue às suas vontades. Ela movia o tronco, como uma serpente, enquanto contava histórias da viagem, erguia-se daquele sofá poderosa. As suas pernas brilhavam, os seus peitos sobressaiam, a saia ficava cada vez mais curta e os mamilos cada vez mais duros. Eu estava atado, preso naquele sofá, submisso ao seu feitiço e sentia crescer o animal que vivia em mim. Era doloroso, prazerosamente doloroso enquanto ela bebia o sumo da tortura, fazia o que bem lhe apetecia e eu suplicava-lhe com o olhar que por favor parasse.

Ouvem-se copos a brindarem e um grito, e de repente libertei-me do encanto. Levantei-me de um pulo e fui à casa de banho. Olhei ao espelho e vi o animal dentro de mim amarrado, os olhos gritavam medo. Atirei água fria para a cara,  um par de chapadas e depois lavei-a várias vezes. Voltei a ver-me ao espelho, o medo tinha-se ido embora, continuava o desejo. Caminhei sabendo o que queria. Aproximei-me da mesa, ela percebeu que a maré tinha mudado e nos seus olhos havia agora receio. Sentei-me ao seu lado, as nossas pernas quase que se tocavam, aproximei-me até sentir a sua perna a tocarem na minha, voltou o seu olhar tímido que me deixava louco, a saia já tinha subido mais um pouco.

Com um tom assertivo disse-lhe, fala-me dessa noite de tango por Buenos Aires. Ela ficou surpreendida com o tom mas respondeu de seguida, Essa noite também era uma sexta-feira, foi a primeira vez que fui ao bairro de San Telmo. Enquanto a ouço estico o braço para alcançar o copo que estava na mesa e sem querer, a minha mão tocou na sua perna, ela fez uma pausa…Tinha umas pernas suaves. Perguntou-me se eu já tinha estado no conhecido bairro de San Telmo, respondi-lhe que sim e enquanto lhe contava a minha experiência gesticulava com as mão e, sem querer, querendo, a minha mão tocou no seu peito. Ela fez um sorriso tímido, não tinha soutiã. Uma expressão indefesa preencheu-lhe a cara, e foi nesse momento que percebi que quem levava as rédeas da minha pessoa era esse animal chamado desejo.

Pedi-lhe para continuar a história do tango, ela assim o fez. Uma sexta-feira final da tarde estávamos pelo Bairro de San Telmo, à procura de um sítio para assistir a um espetáculo de tango, muitas opções mas nenhuma nos chamava. Há uma senhora… coloquei-lhe a mão encima do joelho, por favor continua. Essa senhora perguntou-nos se queríamos assistir a um autêntico espetáculo de tango… com a ponta dos cinco dedos subi um pouco a mão pela sua perna, a pele arrepiou-se e um pequeno espasmo percorreu-lhe o corpo. Por favor continua. Ela fez um esforço para concentrar-se. A senhora explicou-nos que o seu espetáculo era um tradicional baile de tango na sua casa. A sua casa estava a duzentos metros de onde estávamos…continuei o movimento com a mão mais uns centímetros, a pele estava arrepiada, as suas pupilas viajavam pelos seus imensos olhos e ela abria ligeiramente a boca. Continua. Nós aceitamos e fomos com a senhora. Entramos na sua casa, tinha um lindo pátio interior onde estavam algumas pessoas já sentadas e algumas cadeiras livres, ela pediu que nos sentássemos… passei a mão pelo interior da perna, ela teve um espasmo que lhe fez  abanar o peito, a saia subiu mais um pouco, os mamilos cada vez mais salientes. Pela porta do bar onde estávamos, entravam e saiam pessoas. Assim não consigo, disse ela. Consegues sim, continua.

Sentamo-nos nas cadeiras e passados uns minutos começou a música, Por una Cabeza de Carlos Gardel, e com as primeiras notas surgiu uma mulher caminhando lentamente, do outro extremo um homem ao mesmo ritmo até se encontrarem no centro da sala… passei-lhe a ponta dos dedos pelo interior das pernas até chegar com o polegar às cuecas. Os seus olhos reviraram-se, a boca abriu-se quase totalmente e abanou a cabeça. Arqueou um pouco o peito e que vontade me dava de tocar-lhe as tetas. Olhei para as suas pernas e estavam descobertas, via-se as cuecas pretas e ela entregue ao prazer de ser tocada. E depois continua, Assim não posso, Podes sim, continua. Ela concentrou-se e voltou à história. A mulher era morena de cabelo negro apanhado, vestia um vestido preto curto, bem curto, colado ao corpo, com umas finas meias negras. No seu fino pescoço tinha uma gargantilha e nos pés calçava sapatos de salto negros. O seu olhar era afiado como de uma leoa… passei-lhe a mão do joelho até às virilhas. Continua. O homem era um pouco mais alto que ela, pele morena, entroncado, robusto, vestia uma camisa branca e umas calças negras, justas, com uns sapatos pretos.

Encontraram-se no centro. Ele vai levando-a pela sala, estica a perna esquerda e ela acompanha, esticando a sua longa perna para trás notando-se as suas firmes coxas, ele continua com a direita e vão deslizando pela sala como duas feras que se querem conhecer… com as duas mãos bem abertas, agarrei-lhe as coxas. E a seguir, continua. Pararam exatamente no centro da sala, ela atira a cabeça para trás e deixa-se cair segurado pelos seus braços. Deslizei as mão das coxas para o rabo, ela respondeu arqueando as costas, as tetas apontaram para o teto, abriu a boca e soltou um gemido, eu estava duro com uma vontade imensa de comê-la ali mesmo. Passei-lhe uma mão pelo peito. Tinha umas tetas incríveis, duras e pequenas. Ela mexia o tronco como uma serpente e entregou-se completamente nos meus braços. Olhava-me com uma cara de sofrimento, não era dor era o enorme prazer de querer ser tomada.

Desculpe? Vão querer beber mais alguma coisa? A pergunta caiu como água gelada. A um metro estava o empregado, ainda estávamos no bar. Não, é a conta por favor, respondi. Ela ficou bastante atrapalhada, cruzou as pernas, tinha a saia pela cintura, as suas coxas brilhavam. Maria voltou a entrar. Estive a falar com o Pedro, tenho de passar na casa dele depois já vos ligo ok? Detém-se uns segundos a olhar para nós, O que é que se passa com vocês? Bom, já nos vemos tchau. E saiu.

O empregado trouxe a conta. Pagamos, levantamo-nos e também saímos. A noite estava escura, os ténues candeeiros da rua iluminavam em tons de amarelo. Soprava uma aragem que acalmava-me a tesão, esse fogo que ardia descontrolado. Vera olhava-me com vontade de querer terminar a dança que tínhamos começado. Ela gritava vontade e eu, em vão, tentava travar os impulsos. Ela rompeu o silêncio e disse - E eles continuaram a dançar, dois corpos juntos, eram apenas um, uma vontade, a tristeza de uma vida, a fome de querer viver, a dor com a sensualidade, a vida a correr dentro deles e o desejo de se tomarem.

Puxei-lhe a mão e trouxe-a para um beco, roupas penduradas, nada de gente, pouca luz e uma casa devoluta. Ela encostou-me à parede, meteu-me a mão por dentro das calças e agarrou-o. Estava duro como um ferro. Meti-lhe a não dentro da saia, estava completamente molhada, com a outra toquei-lhe as mamas, que bem que sabia. Ela desapertou-me as calças, tirou-o para fora e continuou a tocar-me. Sentia a força de um cavalo e ela suavemente gemia ao ouvido. Num movimento rápido, baixa-me as calças, põe-se de joelhos e começa a chupar-me. Levantei a cabeça, olhei para as estrelas, senti-me tão pequeno mas com um enorme desejo, e ela não parava, chupava com empenho. O prazer arrepiavam-me pelas costas como uma serpente que procurava uma saída. Cada vez que passava a língua, a tesão aumentava, a cada segundo esse fogo alastrava.  Um espasmo percorreu-me as pernas como um raio e olhando para as estrelas,  a vontade saiu disparada pela cabeça e eu vim-me enquanto ela chupava. A espinha arrepiada, transbordava glória da vontade satisfeita, era o saborear de cada segundo, cada estrela no céu era um prazer que brilhava.  Ela levantou-se, ajeitou a saia, e caminhamos em direcções contrárias.