A morte e o sucesso
Esta vida que estou agora a viver é apenas um momento fugaz da minha existência. Outras vidas é vivido, vidas passadas e outras vidas irei viver, e esta é mais uma. Não a desvaloriza, nem a torna especial, há um enorme peso que desaparece. O fim não é realmente o fim, não havendo um fim desaparece a necessidade de querer fazer tudo nesta vida. Reduz essa ansiedade de ter que fazer e resolver tudo nesta curta vida de uma vida eterna. Não estou no princípio e certamente não estou no fim, algures pelo meio imagino eu, é mais um momento da minha imensa existência. A morte é apenas o fim deste veículo que é o corpo.
Logo o medo pela morte perde muita força porque na realidade não morrerei, a morte da vida não existe. Não estarei fisicamente presente para as pessoas que me conhecem aqui e agora, mas a minha vida continuará algures noutro lugar. Quanto mais temo a morte, menos vivo a vida. Quanto estou no futuro não vivo o presente.
O sucesso é exatamente igual, quanto mais penso nele menos desfruto o processo. Seja na escrita, no amor, na parentalidade ou na amizade. Se os meus pensamentos estão no futuro nunca aprecio a única coisa que realmente existe, o presente. O processo é esse que faço cada dia, é o presente. O sucesso esse, tal como o futuro, não depende de mim e pode nunca chegar.
De que me serve focar-me no sucesso quando de mim nada depende? De que me serve pensar no futuro quando o que se vive, a única coisa que realmente existe, é o presente?